Segunda-Feira, 20 de Março de 2007
Começo por me apresentar, Inácio Biléu, ao vosso dispor. Hoje pensava eu que seria um dia como outro qualquer e afinal foi mesmo! Tenho 40 anos, moro com o meu gato, Malaquias, numas águas furtadas no Martim Moniz. Trabalho como secretário num veterinário e costumam mandar-me dar banho ao cão ou milho aos pombos, caso seja fim-de-semana. Vejam como é um dia na minha vida:
8h - Acordo sobressaltado, deveria ter acordado uma hora antes, coloquei dois despertadores, logo por azar no digital falhou a electricidade durante a noite e o outro ficou sem pilhas às 4.00h.
8.10h - Corro para o duche, não sem antes tropeçar no Malaquias, tadinho! Mas bem que merecia, o ca#%ão do gato passa as noites a miar com falta de pussy…já somos dois! Preciso de um duche quente, JÁ! Ao ligar a água é que me apercebi que me tinham cortado o gás. Opto por colocar um bocadinho de perfume atrás da orelha, que entretanto entorno pelo lavatório abaixo. Começo a lavar os dentes ainda ensonado e descubro que a minha escova andava à vários dias a fazer de piaçaba.
8.45h - Ponho então um pouco de outro perfume que me tinha sido oferecido há poucos dias. Tinha um cheiro algo “alternativo” e como gosto de coisas novas arrisquei. Para além de um odor a ecoponto amarelo ganhei ainda comichão, rubor e borbulhas tamanho XXL, do tipo “Urticária para míopes”.
9h - Descansadamente desço as escadas do alto das minha águas-furtadas, visto o maravilhoso elevador estar em manutenção. Teria sido um bom pretexto para fazer um pouco de exercício não fosse, Toby, o pitbull do vizinho de baixo ter saído à mesma hora...
11.20h – Ainda estou na fila de trânsito. Sorrio para a “febra” do lado precisamente no momento em que me lançam um projéctil ao vidro. Depois de uma análise mais cuidada ao sucedido, apercebo-me que tinha um andarilho atravessado no vidro frontal e um bando de velhotas a gritar na minha direcção.
12h - Após estacionar o bólide, fecho a porta do carro. Apanho um choque eléctrico de tal ordem, que por momentos pensei estar a ser reanimado por um desfibrilhador. No mesmo instante sou abordado por um senhor que num nobre espírito de voluntariado, mesmo sem dois pés, um braço apenas, um olho vazado e com duas crianças num carrinho de mão, se oferece para me arrumar o carro. Em troca apenas me pedia que fosse o mecenas da família de 23 elementos provenientes da Roménia.
12.30h – Hora de almoço! Finalmente! Ao dirigir-me ao meu local de eleição para fartos almoços e majestosas farras desde há 15 anos, apercebo-me de uma fita vermelha da ASAE, com um memorando que rezava: “Por razões de saúde pública o estabelecimento encontrasse encerrado. Todos os animais encontrados serão devolvidos aos respectivos donos. Por favor contactar (...)”.
Na parte da tarde e após chegar atrasado ao emprego, Inácio passa o dia a carimbar pápeis, para de seguida arquivá-los no armazém dos documentos que servem de prova ao caso do Apito Dourado, estamos a falar de uma área de 500 m2...quase todos com as ameaças de Criolina Salgado...essencialmente o segundo volume da saga “O que é doce nunca amargou...daí eu ser Salgado!”
19h – Saio do emprego, não sem antes pisar uma mina de bovino transmontano mesmo à porta. O cheiro deprime-me ao lembrar-me que o meu perfume não lhe chegava aos calcanhares.
19.15h – Já a caminho de casa não perco a oportunidade de apanhar todos os buracos na estrada, mas só os grandes, para deixar crescer os pequeninos.
21.00h - Preparo o jantar. Ao cortar uma cebola para o refogado, começo a chorar. Mas não era da cebola, era de dor, tinha cortado uma falange aos cubos.
22h - Já recomposto e de estômago cheio, sento-me no sofá para ver um pouco de televisão, estava a dar a Floribella. Entro em desespero após ver a Flor abraçada a uma alface. Este LSD sucks! Tenho que mudar de fornecedor.
23.30h – Saiu para beber um copo ao bar-strip “Tromba Rija”, onde a Josefina Coxa me sempre um Luso on The Rocks (água da torneira com uma pedra de gelo). A Josefina compreende, sabe que ando sempre teso!
00.00h – Após ver o strip da Gina...pergunto-lhe quanto é, para dar-mos uma volta...já nos bastidores do club...percebo o porquê do bar se chamar “Tromba Rija”...a Gina chamava-se afinal Zeferino!
02h – Volto para casa e adormeço embalado com o cheiro a caril do Martim Moniz, e os gritos do meu vizinho a brincar ao busca com o Toby!
02.01h - Sorrio, amanhã é outro dia!
Pensamento do Dia: Existem dias que parece que nos acontece tudo, o Inácio teve um desses dias...quem nunca teve!
Temos dito.
Ass: Almiscaro, Grizo, Mercador e Tobias.
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