As histórias de gémeas trocadas à nascença ou os amores impossíveis entre ricos e pobres fazem parte do passado da ficção nacional. As audiências estão agora ávidas por novos formatos, algo que as faça suspirar de desejo e aumentar as reservas dos bancos de esperma.
Com estrias marcadas para o próximo 31 de Fevereiro, “Tempo de F*d*r” vai mais longe, por trás e pela frente. O objectivo é quebrar todas as barreiras. Dudu Monas, o autor, não tem a menor dúvida “Qualquer coincidência com a realidade é pura semelhança”, e que “Andei pelas ruas do Algarve e comi as passas da amargura para acabar esta novela”. O Director-Geral da ALFtv, Roberto Take One, visivelmente excitado, não se cansou de referir, que “Esta novela é mais importante que a ida do homem à lua, porque com as cenas que contém, vai levar a humanidade a outras galáxias”.
Em “Tempo de F*d*r”, Alexandra Bombaste irá desempenhar o papel de Floriburra, uma humilde canalizadora com pretenções de chegar a mestre-de-obras. Personagem muito distante da servente desempenhada em “E tudo o Bento Encavou”, Floriburra tem como objectivo de vida desentupir o cano de António (de 99 anos), já velho e enferrujado.
António Zacarias, artista de circo de profissão, pimp enquanto reformado (decisão tomada após ver os videoclips do 50Cent), é Pai das gémeas Manuela e Acácio.
Manuela Zacarias, aka “Cotonete”, é bissexual e manipuladora. Tanto gosta de trincar a azeitona como de degustar o corneto.
Acácio, outrora Mimi, abandonou a sua faceta de prostituta francesa e regressa após dez anos de ausência para Portugal, determinado a ser sodomizado pelas principais figuras do showbiz nacional.
Quimbé, homossexual bruxo (adivinha sempre qual o seu próximo parceiro), conheceu Mimi nas ruas de Montmatre, Paris. Apaixonaram-se loucamente, mas como Quimbé gostava era de puxar o lustro à lamparina, Mimi aceitou submeter-se a uma operação de mudança de direitos. Já em Portugal, Quimbé dedica-se à Astrologia, fundando a escola “Até te ponho a ver estrelas!” com Paulinho Caroço. Tem também um artigo de opinião na revista “Estrelas e outras merdas cintilantes!”.
Maria Madalena e Leonardo De Avintes, formam o casal maravilha. Maria, beata devota da Church of Satan (membro 666,6) e médica da Cruz Vemelha Internacional em constantes acções de ajuda humanitária, é a ajudante favorita do Padre local. Leonardo, depois de levar 5 anos a pintar o fresco na capela local, dedicou-se ao negócio das carnes, tornando-se Pastor. Porém, uma nuvem negra paira sobre as suas vidas, são swingers de cromos e não descansam enquanto não acabam a caderneta.
Tony LaVey é o padre local. Esta personagem encontra-se envolta em mistério e nevoeiro (graças aos maravilhosos efeitos especiais), sendo que é sobre si que giram algumas das principais cenas da novela. Enquanto esteve emigrado nos U.S.A. & A.B.U.S.A., dedicou-se à nobre arte de plantar folhinhas de enrolar e comercializar, tendo mesmo obtido bastante sucesso com o seu parceiro Snopp Dogg. Tony é também um guitarrista conceituado no meio underground, tripla platina do álbum de estreia da sua banda, os Murder Death Kill.
Enredo: Mimi, por amor, decidiu mudar de sexo e de nome. Após está mudança radical, Quimbé não gostou do seu novo visual e começou um tórrido romance com o seu sócio e parceiro no crime, Paulinho. Mimi, deprimida, decidiu que queria ser sodomizada pelas principais figuras do showbiz, após ver Carlitos Castrado no “Tranza Comigo”. Floriburra é apaixonada por António, o seu primeiro e único amor, e sonha um dia poder mudar a água do copo da sua dentadura, mas até hoje apenas conseguiu dizer um tímido “bom dia”. Tony está doido pela sua beata, e arma a tenda sempre que Maria vai ao confessionário. Leonardo anda desconfiado, mas mantém-se fiel ao seu pincel.
Bondage, sexo, missas e bolinhos de bacalhau, tudo numa só novela. Analistas conceituados, prevêem que o enredo até ponha os olhos em bico aos orientais. Excitante será também o principal tema da banda sonora da novela, a música “talvez f*d*r” de Pedrinho Ranhosa. Uma só palavra – A não perder!
Pensamento do Dia: A novela “Tempo de Viver” estreou no passado dia 18. A ideia é a criação de um formato ousado, que aborda temas mais sensíveis como o alcoolismo, a bissexualidade, ou a troca de casais (swing). É sem dúvida uma aposta inovadora, e tendo em conta as audiências das novelas, é indiscutivelmente uma forma criativa de abrir os olhos ao público para este tipo de questões. No entanto, será que algumas das imagens transmitidas em horário nobre serão as mais apropriadas? Fica a questão...
News: A não perder também o novo artigo "Pena Suspensa" em mais um dia de BICO D'OBRA.
Temos dito.
Ass: Grizo e Mercador.