Já se sabe,
Verão em
Portugal rima sempre com
incêndios, e como sempre tudo volta à estaca zero, com os
pinheiros a arderem e os
eucapiltos a proliferarem por geração espontânea em substituição destes.
Este ano, também pela altura dos
incêndios, o nosso
Primeiro Ministro fazia um
safari no
Quénia. Ao que nos foi possível apurar, quando questionado pelo nosso repórter sobre as suas férias numa luxuosa estância
Africana, este afirmou que “É pura demagogia. Aliás, eu fiz este safari por solidariedade com o território
português! É que não sei se sabe, mas o
Quénia também atravessa um grande período de
seca!”.
Segundo nos confidenciou, o
Primeiro Ministro encarou esta situação com bastante traquilidade, mantendo-se a par das ocorrências por contacto telefónico. “Estive sempre informado sobre o que acontecia, tudo graças ao telemóvel
3G que me foi oferecido na sequência do choque tecnológico. Deste modo pude acompanhar os
incêndios como se estivesse no meio das
chamas. Não acredita na vontade que eu tinha em agarrar num regador de
plantas e ir para lá ajudar aquela gente!”
De acordo com o guia, o
Primeiro Ministro quis fazer um directo para o
jornal da noite, na tentativa de tranquilizar os
Portugueses, mas tal não foi possível, pois encontrava-se obstruído por uma
gazela.
Já o nosso
Presidente interrompeu as suas férias para vir apagar um fogo ao
Estádio de Alvalade, condecorando a
Coorporação de Bombeiros U2. O
Comandante Bono Vox e os seus Soldados da Paz receberam a Ordem da Liberdade, pelo combate às chamas em 1990 que fico conhecido por “
The Unforgettable Fire”.
Entretanto o
Ministro Costinha puxava os cordelinhos cá pelo burgo afirmando ao nosso repórter que “os
bombeiros têm todos os meios necessários para o combate aos
incêndios” e que as imagens de
chamas incontroláveis que dia após dia destruiam vidas e bens “não passavam de efeitos especiais orquestrados pelos
partidos da oposição”.
Costinha chegou inclusivamente a observar os
incêndios através de
helicóptero, afirmando que “É uma visão aterradora. É algo que guardarei na memória por longos anos”, acrescentado que “é sempre um prazer voar”. Quando questionado com o facto de ter usado um
helicóptero de combate aos fogos para visitar as áreas ardidas, o
ministro justificou-se dizendo que “os
cannadair não são tão confortáveis”.
O
Alfinete de Peito deixa uns conselhos caso more junto a uma
floresta:
- A acumulação de mato é necessária, não limpe o mato à volta da sua habitação.
- Não crie corredores para impedir que o
fogo se alastre.
- Opte por uma postura “Deixa arder que não é meu”.
- Mantenha sempre o
gasóleo e outros
produtos inflamáveis junto à
lenha.
- Se possível junte aos produtos inflamáveis velas e candeeiros a petróleo.
Se for a passar junto a uma floresta aconselhamos a que:
- Não suje o
cinzeiro do carro, temos tanta mata para arder.
- Caso se perca na
floresta, leve sempre consigo uma garrafinha de
álcool para acender uma
fogueira de sinalização.
- Se tiver um foguete à mão, não hesite e faça uma
festa.
Se por acaso observar comportamentos estranhos, nada de ligar para o
112. Permaneça calmo, se o indivíduo estiver a regar a mata com combustível e a assar umas
febras, pegue num pão e junte-se à
festa. Se ligar para o
112 pode correr o risco de lhe comerem as febras.
Factos Reais: Desde 2001,
Portugal perdeu cerca de 820 mil hectares, o equivalente a 20 % da sua área verde. A área ardida em
Portugal é igual à de
Espanha (que é quatro vezes maior), duas vezes a da
Itália, dez a da
França e doze vezes a da
Grécia.
De acordo com dados do
Ministério da Justiça nos últimos dez anos, apenas cinco centenas de presumíveis incendiários foi julgado e, desses, apenas metade foi condenada.
Pensamento do Dia: As beatas do cigarro, o lixo deixado nas matas e a mão criminosa fazem com que
Portugal seja um barril de pólvora sempre pronto a explodir aos primeiros sinais de calor.
Portugal vai parar de arder quando começar a formar pessoas responsáveis. Os próximos a saírem dos bancos da escola, devem ser cidadãos responsáveis que não assem sardinhas nos pinhais, que não lancem foguetes, que não abandonem garrafas de vidro nas bermas da estrada, que não atirem beatas pela janela fora e que respeitem o património, respeitem o ambiente e respeitem os outros, e que fundamentalmente não sejam umas bestas-quadradas. Decidimos lançar aqui umas ideias pela negativa, pode ser que as pessoas fiquem escandalizadas e comecem a actuar como deve de ser.
Temos dito.
Ass: Grizo, Kozmix, Mercador e Tobias.