Terça-feira, 6 de Setembro de 2005

HÁBITOS IMPERMEÁVEIS

Já se sabe, Verão em Portugal rima sempre com incêndios, e como sempre tudo volta à estaca zero, com os pinheiros a arderem e os eucapiltos a proliferarem por geração espontânea em substituição destes.

Este ano, também pela altura dos incêndios, o nosso Primeiro Ministro fazia um safari no Quénia. Ao que nos foi possível apurar, quando questionado pelo nosso repórter sobre as suas férias numa luxuosa estância Africana, este afirmou que “É pura demagogia. Aliás, eu fiz este safari por solidariedade com o território português! É que não sei se sabe, mas o Quénia também atravessa um grande período de seca!”.

Segundo nos confidenciou, o Primeiro Ministro encarou esta situação com bastante traquilidade, mantendo-se a par das ocorrências por contacto telefónico. “Estive sempre informado sobre o que acontecia, tudo graças ao telemóvel 3G que me foi oferecido na sequência do choque tecnológico. Deste modo pude acompanhar os incêndios como se estivesse no meio das chamas. Não acredita na vontade que eu tinha em agarrar num regador de plantas e ir para lá ajudar aquela gente!”


De acordo com o guia, o Primeiro Ministro quis fazer um directo para o jornal da noite, na tentativa de tranquilizar os Portugueses, mas tal não foi possível, pois encontrava-se obstruído por uma gazela.

Já o nosso Presidente interrompeu as suas férias para vir apagar um fogo ao Estádio de Alvalade, condecorando a Coorporação de Bombeiros U2. O Comandante Bono Vox e os seus Soldados da Paz receberam a Ordem da Liberdade, pelo combate às chamas em 1990 que fico conhecido por “The Unforgettable Fire”.

Entretanto o Ministro Costinha puxava os cordelinhos cá pelo burgo afirmando ao nosso repórter que “os bombeiros têm todos os meios necessários para o combate aos incêndios” e que as imagens de chamas incontroláveis que dia após dia destruiam vidas e bens “não passavam de efeitos especiais orquestrados pelos partidos da oposição”.

Costinha chegou inclusivamente a observar os incêndios através de helicóptero, afirmando que “É uma visão aterradora. É algo que guardarei na memória por longos anos”, acrescentado que “é sempre um prazer voar”. Quando questionado com o facto de ter usado um helicóptero de combate aos fogos para visitar as áreas ardidas, o ministro justificou-se dizendo que “os cannadair não são tão confortáveis”.

O Alfinete de Peito deixa uns conselhos caso more junto a uma floresta:
- A acumulação de mato é necessária, não limpe o mato à volta da sua habitação.
- Não crie corredores para impedir que o fogo se alastre.
- Opte por uma postura “Deixa arder que não é meu”.
- Mantenha sempre o gasóleo e outros produtos inflamáveis junto à lenha.
- Se possível junte aos produtos inflamáveis velas e candeeiros a petróleo.

Se for a passar junto a uma floresta aconselhamos a que:
- Não suje o cinzeiro do carro, temos tanta mata para arder.
- Caso se perca na floresta, leve sempre consigo uma garrafinha de álcool para acender uma fogueira de sinalização.
- Se tiver um foguete à mão, não hesite e faça uma festa.

Se por acaso observar comportamentos estranhos, nada de ligar para o 112. Permaneça calmo, se o indivíduo estiver a regar a mata com combustível e a assar umas febras, pegue num pão e junte-se à festa. Se ligar para o 112 pode correr o risco de lhe comerem as febras.

Factos Reais: Desde 2001, Portugal perdeu cerca de 820 mil hectares, o equivalente a 20 % da sua área verde. A área ardida em Portugal é igual à de Espanha (que é quatro vezes maior), duas vezes a da Itália, dez a da França e doze vezes a da Grécia.

De acordo com dados do Ministério da Justiça nos últimos dez anos, apenas cinco centenas de presumíveis incendiários foi julgado e, desses, apenas metade foi condenada.

Pensamento do Dia: As beatas do cigarro, o lixo deixado nas matas e a mão criminosa fazem com que Portugal seja um barril de pólvora sempre pronto a explodir aos primeiros sinais de calor. Portugal vai parar de arder quando começar a formar pessoas responsáveis. Os próximos a saírem dos bancos da escola, devem ser cidadãos responsáveis que não assem sardinhas nos pinhais, que não lancem foguetes, que não abandonem garrafas de vidro nas bermas da estrada, que não atirem beatas pela janela fora e que respeitem o património, respeitem o ambiente e respeitem os outros, e que fundamentalmente não sejam umas bestas-quadradas. Decidimos lançar aqui umas ideias pela negativa, pode ser que as pessoas fiquem escandalizadas e comecem a actuar como deve de ser.

Temos dito.

Ass: Grizo, Kozmix, Mercador e Tobias.
pregado por Alfinete de Peito às 18:25

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